
A Via Sacra da Rocinha passa por uma Via Crucis para colocar o projeto na rua. O trocadilho é por conta de uma dificuldade que já é histórica. Mesmo que o evento tenha sido reconhecida como patrimônio cultural e imaterial do Rio de Janeiro, não é fácil a realização que conta com centenas de atores e moradores da Rocinha.
Em 1992, o ex-diretor da Via Sacra, Aurélio Mesquita, após uma viagem a Lumiar e de posse do livro “O Homem de Nazaré“, olhando o desnível das pedras na cachoeira, lembrou da geografia da Rocinha e pensou em encenar o texto que lia na favela. Após conversar com o autor José Maria Rodrigues, depois de algumas adaptações, a história da Via Sacra começou. Sempre com temas contemporâneos, a peça se desenrola misturando a história de Jesus com o momento do morro que já foi o maior da América Latina. A ênfase no tema das lutas diárias dos moradores junto com o sofrimento de Jesus em seus últimos dias, chamou a atenção de mídias nacionais e estrangeiras, além dos rostos conhecidos dos moradores telespectadores se misturando com moradores atores, há ainda os visitantes de fora vendo o elenco caracterizado numa peça religiosa, mas falando sobre desemprego, preconceitos, ausência de políticas públicas e saneamento básico.

Robson Melo, morador da Rocinha, entrou na Via Sacra em 2001. Vendo seu irmão participando do projeto desde o ínicio, sempre ia assisti-lo e queria logo participar. “Lembro que era um misto de sentimentos. Gostava de estar dentro, mas sentia vergonha ao ser reconhecido na rua durante as encenações. Depois acostumei e passei a encarar o desafio de atuar na Via Sacra da Rocinha.” conta.
Tadacip 20 mg is a phosphodiesterase type 5 (PDE5) inhibitor that helps men suffering from erectile dysfunction achieve and maintain an erection when they are sexually aroused.
Durante alguns anos, Robson atuou e produziu o espetáculo. Mas em 2017 ele teve o maior desafio da vida no projeto: assumir a direção e ter apenas 6 dias para ensaiar e montar toda a peça. “Após visualizar o aparecimento de meus primeiros cabelos brancos, tive a certeza que foi meu maior desafio na Via Sacra” brinca.
A dificuldade já faz parte da história do projeto, mas nunca deixou de ser realizada. Sempre contando com o apoio de comerciantes locais, alguns patrocínios e também dos moradores, a peça se desenvolve nas ruas estreitas da Estrada da Gávea e no Largo do Boiadeiro. Alguns moradores cedem espaço em suas varandas e lajes, improvisação para camarins e também agir no local como voluntário. Michel Silva, criador do Jornal Fala Roça, nem lembra de quantas vezes já participou. “Minha irmã faz parte da produção e me chamava pra dar uma moral. Já segurei microfone de mão para os atores, já dei apoio como segurança quando subíamos até a igreja da Fundação, orientei as pessoas que estavam próximo ao caminhão de som.”

Em 2018, o segundo ano de Robson Melo na direção da Via Sacra, o tema foi violência. Mas ninguém contava com uma guerra entre facções no mesmo ano. Inclusive com uma morte no confronto um dia antes do espetáculo. “No dia seguinte a rua estava lotada e fizemos uma apresentação incrível, com direito a cobertura televisiva nacional e internacional.” No mesmo ano, a prefeitura do Rio se comprometeu a apoiar o evento junto com a RioTur, pagando as empresas que prestam os serviços de palco, luz e som. Fizemos o espetáculo e a prefeitura não honrou a palavra dela. Então resolvemos fazer a “vakinha” e pagar os serviços prestados no ano passado e também realizar a montagem desse ano. É a nossa única possibilidade até o momento.”

Robson começou a campanha de uma “vaquinha online” neste link: https://www.vakinha.com.br/vaquinha/via-sacra-da-rocinha
A RioTur em nota informou que não houve nenhum pedido protocolado oficialmente.