
A Rocinha receberá a sua primeira competição de Slam, no dia 11 de novembro, às 16h na Praça da Vila Verde, ao lado da Unidade de Pronto Atendimento (UPA da Rocinha). A intenção do evento é trazer mais cultura para a favela. O Poetry Slam é uma disputa em que poetas leem ou recitam um trabalho original, e são, em seguida, julgados por membros selecionados da plateia ou por uma comissão de jurados.
O organizador da batalha literária na Rocinha, Guilherme Rimas, acredita ser de extrema importância apresentar essa arte dentro da favela.
“Sou compositor desde os meus 12 anos e não lembro de eventos assim, que incentivem a escrita, o conhecimento e a criatividade. Sempre que posso, me envolvo com esse tipo de manifestação artística, pois ainda acredito na arte como objeto de transformação”, explica Guilherme.
A competição terá três fases e o participante deverá apresentar três poesias diferentes para poder concorrer até a última. Na primeira, todos expõem seus trabalhos e apenas os cinco melhores passarão para a próxima etapa. Já na fase seguinte, apenas três poderão participar da última batalha de poetas.
Guilherme Rimas teve a ideia de trazer o evento para a Rocinha quando participou do “Slam Resistência”, na Praça Mauá, que aconteceu no início de outubro.
“Não imaginei que teria toda essa repercussão. Fico feliz por saber do interesse pelo evento, tanto de pessoas de dentro, quanto de fora da favela, mesmo todos tendo ciência dos acontecimentos recentes de violência na Rocinha”, afirma Guilherme.
A competição de Slam na Rocinha contará com as participações de artistas e grupos influentes nessa modalidade como: Catu Oliveira, Rennan Leta, W-Black, Coletivo NósDaRua e Poetas Favelados.
O que diz a lei
O evento é garantido pela lei de artistas de rua que diz no seu primeiro artigo que as manifestações culturais de “Artistas de Rua” no espaço público aberto, tais como praças anfiteatros, largos e boulevards, independem de prévia autorização dos órgãos públicos municipais, desde que sigam certas regras tais como: sejam gratuitas para os espectadores, permitidas doações espontâneas; permitam a livre fluência do trânsito; permitam a passagem e circulação de pedestres, bem como o acesso a instalações públicas ou privadas; prescindam de palco ou de qualquer outra estrutura de prévia instalação no local; utilizem fonte de energia para alimentação de som com potência máxima de 30 kVAs (30.000 watts); tenham duração máxima de até quatro horas e estejam concluídas até às vinte e duas horas; e, não tenham patrocínio privado que as caracterize como um evento de marketing, salvo projetos apoiados por leis municipal, estadual ou federal de incentivo à cultura.