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Papo de cinema em tempos de quarentena

Posted on 7 de junho de 20207 de junho de 2020 by Fabiana Escobar

De uns anos pra cá, a produção de cinema independente cresceu muito no Brasil, acompanhando a grande demanda de TVs a cabo e plataformas de streaming , na internet.
A Rocinha, que é um caldeirão cultural diversificado, tornou se uma cidade
cenográfica, estimulado pelo grande número de atores e técnicos do ramo do cinema que botaram a mão na massa e resolveram produzir suas próprias obras. Muitas produções aconteceram, algumas finalizadas e outras ainda em processo de produção. Temos como exemplo de obras finalizadas o longa metragem Fuga da Rocinha, do diretor Antônio Junior, produzido pela Makina Cultural. Com elenco na sua grande maioria de atores da Rocinha e Vidigal. Fuga da Rocinha, produzido em 2015/2016 alcançou a marca de mais de 13 milhões de visualizações no YouTube.


Não somente longas metragens tiveram a Rocinha como cenário. Um curta
metragem experimental, inspirado no cinema de Pasoline (cineasta), chamado “BECO DOS PANCADOS”, trazido pelas lentes do Diretor de Fotografia Marcos Braz, foi um pontapé inspirador pra que muitos moradores se voltassem para a sétima arte. Uma das figuras ilustres, conhecida e muito inspiradora atuou no curta Beco dos Pancados, foi o saudoso Alan Jorge, morador da Rocinha, ator, poeta, radialista, entre outros títulos que o mesmo tinha grande orgulho de declamar.

Com essas referencias, muitos jovens se especializaram e assim nasceu o grupo de cinema genuinamente da Rocinha, que atualmente é referencia do cinema dentro da favela, o Rocywood e cuja a produtores Hudson Carvalho, Jefferson Lima, Fabiana Escobar, Sergio Mib, Paulo Boldo, Mohamed Lafaty, Vitor Robert e André Alves.
Com a primeira produção de um curta, ANJOS NÃO FALAM, sendo premiado em um festival de Nanometragem em Atibaia. O grupo não parou mais, produzindo A BALA PERDIDA (Curta metragem) e atualmente produzindo um longa metragem de terror chamado VALE DOS ESPÍRITOS.

Diante do atual cenário causada pela pandemia da Covid 19, todas as produções foram suspensas e um período de muita angústia, porém de
muita reflexão se abateu sob artistas que tiveram suas atividades interrompidas.

As incertezas e a tensão tomou conta e muitos reformularam a forma de interagir e produzir. Outra produção que estava começando na Rocinha, como o longa ROCINHA, TODA HISTORIA TEM DOIS LADOS, da diretora Raíssa de Castro, moradora de Copacabana, também teve de ser interrompida.

Com grande prejuízo envolvido devido as produções estarem paradas e todo investimento feito sem previsão de retorno, os núcleos continuam interagindo, estudando se preparando e através de redes sociais para uma possível retorno. Com toda essa mudança na rotina mundial, produzir está no DNA dos artistas e adaptar foi preciso. Muitos artistas, agora tendo mais tempo e começaram a se dedicar mais às próprias redes sociais, que é uma ferramenta importante de divulgação e interação com os fãs, produzindo vídeos, fazendo lives e ate mesmo gravando em suas casas abordando a temática de quarentena e isolamento.
No meu caso, resolvi escrever, produzir e atuar em um curta metragem dentro de casa com meu marido Mohamed Lafaty, que aborda o tema casamento e isolamento social, chamado “SOMENTE NÓS DOIS”.


Um grupo de atores da comunidade aproveitaram essa lacuna para engajar em movimentos solidários de arrecadação de alimentos para distribuição na Rocinha. João Carvalho, Jefferson Luiz, Vitor Robert , Hudson Carvalho e Erika Mahya arrecadam e distribuem cestas básicas semanalmente para moradores que estão precisando.

De alguma forma núcleos que atuam na produção de cinema, apesar do
isolamento, estão em constante movimento criativo e humanitário, mesmo com todos os prejuízos e dificuldades que também estão enfrentando.
O período de suspensão das produções, também foram um gatilho para a
conclusão de alguns filmes que estavam em fase de edição e agora vão a público. É o caso do filme AREP, OPERAÇÃO ROCINHA, do diretor Alessandro Luz Braz gravado entre os anos 2016 e 2018, em sua grande maioria na Rocinha, contando com grande elenco de moradores, e finalmente, segundo as postagens da produtora Prosélitos no Instagram, será lançado ainda no mês de Junho deste ano em um canal de TV a cabo.

Outro lançamento que ocorreu no mês de junho, foi o curta metragem A BALA PERDIDA, do diretor Sergio Mib, produção ROCYWOOD, que foi gravado entre os anos de 2015 e 2016.



Nesse panorama, em meio a uma pandemia devastadora e a crise politica que ignora e despreza todo e qualquer trabalho artístico, o cinema independente Brasileiro mostra que contudo os dados ainda estão rolando e muita coisa boa está por vir.

Viva o cinema , viva a rocinha!

Fabiana Escobar

Nasceu e foi criada em Rio Comprido. Moradora da Rocinha, cursou Serviço Social na UFRJ. Blogueira e escritora, publicou sua biografia "Perigosa" e um romance "Linha Cruzada".

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A população da Rocinha é estimada em 120 mil moradores pelos registros da Companhia de Energia Elétrica, em 62 mil pelo último censo oficial e em mais de 150 mil segundo os próprios moradores.

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