Nesta quinta-feira (17) o livro ‘Na curva do S: Histórias da Rocinha‘, do jornalista Edu Carvalho, chegou às prateleiras das livrarias. A obra faz parte da coleção 2020 – ensaios sobre a pandemia, criada e produzida durante o surto de Covid-19 no Brasil. O projeto reúne autores que se dedicaram a refletir e a provocar o pensamento, de forma atual e contundente. Publicado pela editora Todavia, o livro de Edu contém 12 contos que levam o leitor aos becos e vielas da Rocinha, Zona Sul do Rio. A versão e-book da publicação já está disponível desde o último dia 4 de setembro.
Na voz de Edu Carvalho, que estreia na ficção, a Rocinha é mostrada de dentro por alguém que a conhece intimamente, com sensibilidade para captar os abalos causados pelo novo coronavírus. O nome do livro, inclusive, faz referência a uma localidade na favela, a Curva do S. A Rocinha está entre as favelas com maior número de casos e maior número de mortes por Covid-19. Atualmente, são 399 casos e 62 mortes, segundo o painel do Voz das Comunidades.

Nos 12 contos do ‘Na curva do S’, o autor transporta o leitor para as ruas, becos e vielas do universo de mais de 100 mil habitantes da Rocinha. Ameaçados, agora, pela pandemia de Covid-19, além das outras dezenas de problemas da favela. São os motoristas de Uber, os vendedores, os pastores, as mães preocupadas e os jovens tentando se divertir que têm sua rotina transformada pela doença.
Representatividade
O autor fala um pouco sobre como se sente diante do lançamento do seu primeiro livro. É uma das melhores sensações que já tive! Dá um frio na barriga, um certo tremor… Relutei por anos o convite de duas editoras, até que aceitei o feito pela Todavia. Acreditava não ter confiança, nem estima, para escrever e publicar um livro, por ser jovem, negro, periférico e favelado. Receber mensagens das pessoas dizendo que gostaram do livro e que se viram representadas ali me mostra o contrário: eu tinha de escrever e publicar para saudar e marcar meu território e minha gente”.

Edu Carvalho mostra a comunidade com sensibilidade, captando os danos causados pelo novo coronavírus e também os momentos de beleza, que ainda permanecem apesar das dificuldades. O jornalista de 22 anos é cria da Rocinha, Zona Sul do Rio de Janeiro. Ele começou sua carreira como repórter do FavelaDaRocinha.com, narrando a vida dentro da favela em que vive. Edu já trabalhou na CNN Brasil e atuou na equipe de criação do programa Conversa com o Bial e da série Segunda Chamada. O jovem também já participou de eventos literários como a Bienal do Livro do Rio de Janeiro, Festa Literária Internacional de Paraty (Flip) e a Festa Literária das Periferias (Flup).