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Na Rocinha se corre a frente dos seus sonhos

Posted on 21 de dezembro de 201825 de dezembro de 2018 by Thiago Soares

Quem nunca correu para pegar um ônibus ou saiu às pressas atrasado de casa? Acho que todos nós, não é mesmo? Mas e se a pessoa corre sem ter pressa nenhuma, corre por simples e puro prazer? Pois é, pode até soar estranho para alguns, mas não para uma galera da Rocinha. Há mais de quinze anos, um grupo de corredores se reúne na Favela da Rocinha para praticarem o esporte olímpico mais antigo do mundo: a corrida. Chamada de Equipe Rocinha, seus integrantes são moradores, ex-moradores ou apaixonados pela Rocinha. Lá não existe restrição de idade, têm jovens de quinze anos até idosos de setenta e sete anos de idade, qualquer um pode pôr a saúde em dia e entrar em sintonia com seu próprio corpo.

O time de atletas se formou por acaso, como nos contou o presidente e fundador da Equipe Rocinha, Antônio Carlos Ferreira, ou simplesmente  Cacau, como todos o chamam. Disse ele, que alguns amigos já treinavam juntos, mas nada organizado. Até que um dia, em uma corrida, a premiação em dinheiro ia apenas para equipes oficiais. Tornava-se então oficial, em 2001, a Equipe Rocinha de Corrida. O rapaz de quarenta e quatro anos, além de presidir o grupo, também trabalha como comerciante em uma sorveteria própria, que leva seu nome, localizada na Rua 4, perto do Badalo.

Hoje o grupo conta com mais ou menos quarenta integrantes, que continuam a praticar o esporte de suas vidas com muito amor, apesar das dificuldades.

-Há pessoas com dificuldade para treinar, dificuldade de ir para algum lugar, com falta de dinheiro para passagem. Atletas que, ou não têm o conhecimento, ou não têm condições financeiras de ter uma alimentação melhor. Já ajudamos bastante, com tênis, uniforme, material, até mesmo com suplemento alimentar, tipo gel e gatorade.

Disse o Presidente

Cacau fala também que hoje a maior fonte de renda que ajuda a equipe provém de seus próprios corredores, diferentemente de alguns tempos em que existiam marcas famosas patrocinando o grupo. O suporte financeiro vindo de fora, com um contrato de responsabilidade, vinha de forma regular ao mês, permitindo que o próprio grupo fizesse planos maiores a longo prazo.

– Nós temos, que não funciona muito bem, um fundo de caixa entre os integrantes do grupo. Com mais ou menos quinze reais por mês de cada pessoa para ajudar com algumas despesas do grupo, como o lanche em treinos e esses tipos de coisa.

Relata Cacau

-Já teve sim (patrocínio)! Quando o grupo não tem um apoio de uma empresa pra ajudar financeiramente com inscrição, uniforme, ou até mesmo ajudar com um par de tênis, a pessoa acaba ficando desanimada. Vai parando aos pouquinhos de treinar, de competir, quando a pessoa vai ver já se passou um ano e ela está parada sem correr. Isso é essencial o cara ter, o apoio. Se não o cara não consegue treinar sério. Afirma Cacau

Hoje uma parte do dinheiro arrecadado, vai para café da manhã em treinos e provas, que incentiva os corredores. A motivação, para Cacau, é muito importante. O grupo reúne corredores amadores, que não vivem financeiramente em propósito da corrida, correm por amor e lazer. Logo a maioria possui seus empregos, suas famílias e obrigações que dividem espaço com a prática esportiva. Qualquer ação que incentive as pessoas a se esforçarem e irem correr é louvável.

Apesar das dificuldades, a Equipe vem conseguindo fazer um importante trabalho para a favela. Muitos jovens, que poderiam estar fazendo coisas ruins, estão motivados correndo e defendendo as cores da Rocinha. Cacau afirma como um dos maiores objetivos hoje do grupo esse olhar mais atencioso para os jovens.

-Nosso maior objetivo hoje é proporcionar talentos para o atletismo e  qualidade de vida para as pessoas. Ter jovens olhando para frente, e tentar fazer uma faculdade, tentar conseguir um trabalho melhor. Essa é a visão da equipe para frente. Não é só aparecer em mídia social ou formar atletas, acredito que se não formarmos nenhum mas tivermos cinco atletas que mudem para uma vida melhor, para a gente é uma vitória também. Enfatiza o Presidente

Natanael Gomes Bomfim, ou só Natan, é um desses jovens que tiveram suas vidas impactadas pelo esporte. A vida de Natan, que hoje possui dezoito anos, é escrita em cima de todo um contexto esportivo, e ele e o esporte nunca andaram separados. Até os doze anos de idade fazia Futebol, quando começou a jogar Polo Aquático. Aos dezoito, começou a nadar. Mas a corrida só apareceu como uma forma de perder peso, em 2014. Porém a corrida foi ganhando outro significado para ele. Começou a ganhar muitas provas e logo conquistou o respeito de seus companheiros de equipe.

Um ano depois de começar a correr, em 2015, o rapaz foi chamado para jogar em um time de Polo Aquático de São Paulo. Foi e lá ficou um ano. Na volta, em 2016, foi contratado pelo Clube de Regatas do Flamengo para jogar no time de Polo Aquático Sub-18. Nesse ano de 2018, além de integrar o time profissional do Flamengo, Natan teve a alegria de ser convocado pela Seleção Brasileira Sub-18 de Polo Aquático para jogar o Mundial da categoria, na Hungria.

-A Equipe Rocinha para mim foi o começo de tudo porque foi quando eu consegui emagrecer, bater metas. Então ali eu fui aprendendo a ficar mais disciplinado, por conta de obrigações que eu tinha na escola e essas coisas. Então eu aprendi bastante, e nisso levou paro o polo que é um esporte que se você não for disciplinado você não vai para frente. Então a equipe Rocinha na minha vida ajudou muito e está ajudando até hoje. Nos conta Natan

Não existe um Natanael sem esporte, nem ele consegue pensar em como serie sua vida desse jeito. Assim como vários jovens, Natan se sente impedido, muitas vezes, pela violência na comunidade. Mas o garoto é um exemplo de que sim, é possível driblarmos as adversidades. Ele nos contou que deseja ser voluntario futuramente e dar aulas para crianças,  para retribuir o que o projeto fez por ele. Além disso o rapaz irá ingressar no curso de Educação Física, no ano que vem.

Outra figura da Equipe Rocinha, que tem um dos melhores resultados atuais, é Jaqueline Fernandes Mano da Silva, a Pink. A varejista de trinta e dois anos consegue conciliar como ninguém a dupla jornada trabalho-corrida. Ela fala como o esporte transformou sua vida.

-Abriu algumas portas sim porque com isso eu tive parceria, trabalhei no maior clube de corrida do mundo, vira e mexe sou chamada para algum evento diferente de alguma marca esportiva, por causa da corrida mesmo. Tudo isso veio devido a eu ter começado a correr, que  foi com a Equipe Rocinha. Eu levo no peito o nome da Equipe. Declara Jaqueline

Quando perguntada sobre a importância de ter um grupo esportivo, como a Equipe Rocinha, na favela, ela responde sem hesitar que é de suma importância e que gostaria de ver mais isso em outros lugares carentes.

-É muito importante, não só corrida, mas qualquer esporte. Sou apaixonada por isso, gosto, amo corrida. Acho que em todo lugar deveria ter um projeto assim. Uma coisa que trouxesse as pessoas, no geral, para fazer uma coisa que faz bem, né? É esporte! É saúde! Aponta a corredora

Pink tem marcas admiráveis. Conseguiu boas colocações em provas de quatro, cinco, sete e vinte e um quilômetros. Correu em algumas realizações como o Circuito Lôtus, Circuito Rio Antigo, Corrida da Mulher e Meia Maratona Rio City.Na meia maratona, por exemplo, ela completou a prova com 1:35:33 horas, sendo que o recorde brasileiro feminino da categoria é da atleta Silvana Pereira, com 1:11:15 horas. Resultados esses que a qualifica como o melhor rendimento atual da Equipe.

A Equipe Rocinha é muito mais que um simples grupo de corrida, eles são uma família. Todo ano são realizadas festas em diferentes datas comemorativas do ano, como festa junina, natal entre outras. Muito mais do que esporte, integração social com novas perspectiva de vida para os jovens, adultos e idosos que moram na maior Favela urbana do mundo. Nunca é tarde para se ter uma vida saudável, e você também pode. Caso esteja interessado (a) a começar a correr, sigam eles nas redes sociais.

Thiago Soares

Um jovem estudante de jornalismo que ama esporte, games e a comunicação. Nunca morou na Rocinha, mas começou a ama-la ao iniciar um relacionamento com uma moradora da favela. Além de ter uma namorada na Rocinha, ele tem um sentimento único na comunidade, felicidade.

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