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Música como instrumento de inclusão social

Posted on 6 de outubro de 20157 de outubro de 2015 by Rafaela Andrade

10314464_975235182493614_7591863951243558028_nNão é de hoje que a música tem transformado a vida e a realidade de milhões de pessoas. Com a popularização da música instrumental o número de orquestras comunitárias em favelas tem crescido. Quanto mais jovens participam de projetos sociais, mais acesso têm aos diferentes universos culturais e isso gera inclusão social. Contudo, para ser músico instrumentista é preciso ultrapassar inúmeros obstáculos, tais como o preconceito e a falta de apoio familiar. Isso faz com que muitas pessoas desistam da música mesmo antes de tentar. 

Projetos sociais como a Escola de Música da Rocinha – EMR, que existe desde 1994, têm funcionado com a ajuda financeira da prefeitura e de empresas que auxiliam na infraestrutura e doam instrumentos. Entretanto, os auxílios nem sempre são fixos, e isso faz com que algumas escolas parem de funcionar por períodos indeterminados. Além disso, muitos jovens que querem seguir carreira ficam desmotivados devido às dificuldades no início. A EMR já funcionou em duas igrejas e na quadra da Escola de Samba Acadêmicos da Rocinha. Em 2004, foi transferida para o Centro de Cidadania Rinaldo De Lamare, o que significou a ampliação das atividades e das vagas.

 O maestro da orquestra comunitária da Rocinha, Rodrigo Belchior, acredita que a transformação vem do10858578_988748484475617_3695803327235678379_n discurso do educador. Belchior utiliza uma técnica que visa apresentar e contextualizar a música para entreter as crianças e os jovens. Dessa forma, cria-se uma familiarização inicial que mistura erudito com popular. ”Acredito que quem contribui para essa transformação é quem está à frente, ou seja, o professor ou maestro, porque o que faz a diferença é a fala ou o discurso que esses profissionais irão emitir, sobretudo para aqueles que estão começando. O profissional deve descobrir os meios de conquista os iniciantes”, disse. 

 O estudante Isaque Suzarte Peçanha, de 20 anos, é um jovem talento da EMR. Filho de porteiro, ele conheceu a música instrumentista através dos amigos que jogava bola, se encantou e estuda desde os 13 anos de idade. Começou tocando flauta doce, depois aperfeiçoou sua técnica. Passou a tocar três tipos de flauta: a soprano, a tenor e a baixo, que se diferem apenas pelo tamanho ou período histórico, mas são da mesma família. Seu instrumento principal, no entanto, é o trombone, que toca há três anos. O estudante já participou de festivais, como o do Vale do Café, em Vassouras, no qual ganhou uma bolsa para passar três semanas e um certificado de participação. 

Suzarte pretende fazer um concurso militar para ser sargento e futuramente fazer licenciatura em música, mas seu objetivo é chegar à um orquestra de Londres. ”Pretendo seguir carreira. Para mim, o instrumento é como se fosse um filho, cuido e mimo. No começo, foi difícil aprender, nunca pensei que tivesse talento para música porque eu queria ser jogador de futebol e as pessoas diziam que jogar bola ‘dava mais dinheiro’. Por não ser valorizado no Brasil, as pessoas não veem música como trabalho. Não tenho grandes ambições apenas quero ser músico”, relatou ele.

Muitas pessoas que vão às escolas de músicas comunitárias não se interessavam em investir, mas essa realidade tem mudado devido à formação de orquestras e aos patrocínios. O músico e produtor, Lula Montagna, acredita que por intermédio da música, não só a vida de uma pessoa, como também uma sociedade inteira pode mudar.

Contudo, para que isso ocorra é necessário que os jovens tenham acesso à música. Além disso, Montagna acredita que há um mercado para instrumentos de sopro em virtude de nossas raízes, pois é muito usado em samba, chorinho e pagode. O jovem que antes estava exposto à violência pode mudar sua visão em relação ao seu modo de viver, pois a música trabalha a sensibilidade individual e a percepção.  

Embora muitas empresas estejam investindo, inúmeras escolas necessitam de instrumentos de qualidade, pois o custo são inacessíveis para classe C. Instrumentos de sopro como o Clarinete chegam a custar cerca de R$ 6 mil. 

Outro jovem talento, a clarinetista Ingrid Mello, que participam da EMR, também sonha em seguir carreira. ”Para mim a música representa tudo. E, através dela eu me torno uma pessoa melhor, pois me ajuda até nos relacionamentos em grupo e nas relações afetivas”, afirmou.

Rafaela Andrade

Estudante de Comunicação Social na PUC-Rio. É paulista e admiradora da música instrumentista. Tem 21 anos e mora na Rocinha.

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