
– Seu Francisco tá faltando água aí na sua casa?
– Tá minha filha, na sua também está?
– Tá não.
Com aproximadamente 1,43 milhão de metros quadrados, a Rocinha sofre com a falta d’água em pontos distintos da favela como as regiões conhecidas como Rua 1, Portão Vermelho, Atalho, Rua Dionéia e Rua 2. Entretanto, em alguns pontos específicos dessas regiões o abastecimento está normalizado. Porém, é possível perceber que em outras localidades o abastecimento d’água não sofreu tanta alteração.
Os motivos dados pela Companhia Estadual de Água e Esgoto – Cedae – aos moradores pela falta d’água são sempre os mesmos, ou são problemas na bomba que abastece a localidade ou falha em outro equipamento. Muitos moradores questionam: “como pode faltar água na minha casa e na outra esquina meu vizinho não ter esse problema?”.
Fernando Ermiro, 43 anos, que mora na Rua 1, está há uma semana sem água. Ele informou que há pelo menos seis meses que a água não cai constantemente. Às vezes falta por três dias, normaliza, mas sempre há períodos de falta durante o mês. Ele acredita que esse problema sempre existirá. “A única solução que eu vejo é me mudar de lugar. Eu acho que é um problema de manobra, tira a água de uma área e permite o fluxo normal para outra”. Fernando disse que para driblar o problema, ele costuma pegar água na Bica da Rita ou então na casa do sogro.