
Pode alguém que vive na periferia ser eleito prefeito do Rio? A resposta foi unânime: sim. O primeiro encontro do festival Todo Jovem é Rio, promovido pela Agência Redes para Juventude, reuniu na terça-feira cerca de 20 jovens — todos moradores da Pavuna e adjacências, na Zona Norte — com interesse nas questões políticas da cidade.
A estudante Andressa Gandra, de 18 anos, foi a anfitriã do evento. Na varanda da casa onde mora com a mãe e a irmã de 10 anos, recebeu músicos, ativistas, professores, mototaxistas, malabaristas. Ouviu e expôs ideias num debate com o objetivo de multiplicar saberes sobre direito à cidade, ativismo, empreendedorismo, entre outros temas.
— Encontros como este servirão para despertar um comportamento de troca de ideias, fazer a galera acordar para tudo que nos é possível. Somos de periferia, de subúrbio, de favela, mas todos somos Rio — defende a jovem, que acredita ser fundamental a inserção de pessoas do subúrbio na política.
Ao todo, serão 40 encontros até o fim de janeiro. O próximo acontece nesta quinta-feira, na comunidade do Cesarão, em Santa Cruz. A ideia é reunir cerca de mil jovens nos debates. Na Pavuna, a ativista social Elaine Rosa propõe disputar espaços em toda a cidade.
— Aqui é só o começo, é onde dormimos, onde moramos. Mas queremos fazer parte de todo o restante do Rio, e política é a base de tudo — disse a ativista, que é moradora do Chapadão.
O fundador da Redes para a Juventude, Marcus Faustini, que foi criado no Cesarão, tem uma meta traçada:
— Nosso objetivo é ter um prefeito na cidade fruto deste projeto em 20 anos. É importante criar uma cultura de debates entre jovens de periferia sobre política, cultura e outros assuntos.
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