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Flup confirmada: clima de incerteza no Vidigal não vai impedir evento

Posted on 8 de novembro de 20177 de novembro de 2017 by FavelaDaRocinha
Balões vão enfeitar o céu do Vidigal com textos do poeta homenageado – (foto: Divulgação)

Os organizadores da Festa Literária das Periferias (Flup) anunciam: apesar do clima de incerteza no Vidigal — devido à disputa pelo controle do tráfico de drogas na Rocinha (paredes com inscrições de uma facção criminosa mostram que um novo bando chegou à favela para brigar pelo domínio das bocas de fumo) —, a sexta edição da Flup vai acontecer. O poeta e produtor Écio Salles e o escritor e produtor cultural Julio Ludemir afirmam ter um plano B, caso seja necessário transferir o evento para outro lugar, mas não avisam onde seria. Preferem acreditar que não será preciso mexer em nada. Este ano, a Flup será realizada entre os dias 10 e 15 deste mês.

— Temos certeza de que tudo estará sob controle e poderemos fazer, junto com a comunidade, um belo evento — comenta Salles.

O quinto ano da Flup terá a curadoria mais ambiciosa de toda a sua história. O evento vai receber mais de 40 escritores nacionais e estrangeiros que discutirão temas relacionados a revoluções, entre elas a sexual, a científica e a tecnológica.

A abertura da festa será marcada por uma revoada de balões estampados com textos do ator e dramaturgo Oduvaldo Vianna Filho, o Vianinha, o homenageado da vez.

— Em todas as edições da Flup, tivemos um conteúdo literário extremamente relevante e debates de altíssimo nível, mas em 2017 essa curadoria está ainda mais especial. Conseguimos reunir nomes de grande relevância e temas importantes na atualidade — destaca Salles.

Pela primeira vez desde que o evento teve início, em 2012, no Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, a festa vai propor um diálogo com a comunidade visitada. Na próxima semana, crianças e adolescentes de cinco localidades do Vidigal contarão a história da localidade por meio de tapetes de sal, grafites, fotos e esquetes teatrais. Uma das atividades será feita em parceria com o fotógrafo francês JR Duran, e o resultado será estampado nas paredes da favela. O artista plástico Vik Muniz, que tem um ateliê no alto do Vidigal, também é um dos parceiros. Ele participou de um processo batizado de Gincana da Memória.

— Fizemos uma feijoada da memória e convidamos os moradores mais antigos para que contassem suas histórias e as do morro. Desde então, promovemos atividades aqui, o que só faz aprofundar a nossa relação com a comunidade — diz Salles.

Para o produtor Julio Ludemir, o evento atingiu a maturidade como festival literário.

— E justamente no momento em que está mais crítica a situação econômica e política do país — destaca ele, que comemora o nível alcançado pelo festival e o reconhecimento do público. — Já não somos vistos como mais um projeto social na favela, mas como uma plataforma para debater as grandes questões contemporâneas, algo que, no nosso entender, é a missão de um festival, principalmente se acontece na periferia.

Ludemir lembra que poucas pessoas acreditaram no projeto e conta que, em vários momentos, disseram que ele chegava a “beirar o ridículo”.

— Mesmo nossos amigos e parceiros não acreditavam que seria algo possível. Você crê que o brasileiro é um povo inventivo no campo da música, da dança e em diversos outros. Mas a literatura é um monopólio das elites brancas e sempre se duvidou que houvesse leitores e escritores na favela — afirma o escritor.

Segundo Salles, as pessoas costumam acreditar que a escola pública hoje no Brasil produz somente analfabetos funcionais. Para ele, trata-se de uma inverdade que pode ser comprovada com a Flup.

— Nós encontramos, nas 70 favelas por onde já passamos em toda a metrópole fluminense, não apenas leitores, mas também escritores — afirma o poeta.

Além da festa anual, sempre realizada em novembro, o festival conta com dois processos formativos que o antecedem: o Flup Pensa e o Flup Parque. O objetivo é desenvolver um grande diálogo com a favela. Para a edição no Vidigal, o primeiro evento foi realizado no dia 23 de abril, feriado de São Jorge. O programa, que gerou a publicação de 14 títulos ao longo de cinco edições, terminará 2017 com mais três: a coletânea de poesias “Seis temas à procura de um poema”; “Cidade de Deus 50 anos”, com histórias em quadrinhos sobre a favela; e “Se segura malandro”, com narrativas curtas inspiradas na obra do cantor e compositor Bezerra da Silva.

A Flup Pensa também organizou o Laboratório de Narrativas Negras para Audiovisual, cujos trabalhos serão concluídos durante um debate no festival com a participação do cineasta francês Laurent Cantet. Além disso, foi realizada ainda a formação de novos roteiristas negros. Pela primeira vez, a conotação racial foi abordada pelos organizadores.

— Tivemos acesso a uma pesquisa que mostra que apenas 4% dos roteiristas empregados hoje no país são negros. E se você pensar em mulheres roteiristas negras empregadas, esse percentual é de 0%. Por isso, criamos um processo de formação em parceria com a Rede Globo para que este número aumente — explica Salles.

O curso contou com a participação de importantes nomes como Jorge Furtado, Patrícia Andrade e Marton Olympio e foi encerrado no último dia 28 com uma palestra da autora Glória Perez. A parceria com a Rede Globo rendeu aos participantes do curso três vagas na emissora. Os candidatos serão escolhidos pela empresa.

A Flup contará ainda com a estrutura de acessibilidade necessária para a participação de portadores de necessidades especiais, como acesso a cadeirantes, tradução em libras e assentos exclusivos. E, preocupada com o meio ambiente, a organização fará coleta seletiva de lixo e neutralização do carbono gerado. Além disso, nesta edição os produtores pretendem atingir a marca de três mil mudas plantadas.

— Toda história da Flup é uma ideia de ruptura de gueto. Nosso objetivo principal é promover um grande diálogo com a favela, mas nunca dissociando-a da cidade nem das outras comunidades. Guardadas as devidas e necessárias proporções, é um evento como o Rock in Rio. Quando você chega à Cidade do Rock, ninguém pergunta qual é o seu CEP. A Flup tem a intenção de dialogar com a cidade da mesma forma — destaca Ludemir.

Como em anos anteriores, o objetivo da Flup é promover o debate, produzindo e ampliando o poder da leitura por meio de debates com artistas nacionais e estrangeiros. Este ano, estarão presentes nomes como o escritor e ativista transgênero Sam Bourcier; o poeta, músico, ator e maior nome do Spoken Word mundial Saul Williams; o sociólogo, jornalista e uma das referências em estudos sobre a relação entre populismo e redes sociais Paolo Gerbaudo; e o humorista Renato Aragão, que falará em primeira mão sobre sua biografia, escrita pelo jornalista Rodrigo Fonseca.

Ao todo, o evento vai promover dez mesas-redondas e painéis de debates com a participação de 24 poetas brasileiros e estrangeiros, além de oficinas, performances, saraus e lançamentos de livros.

Em 2018, a 7ª edição da Flup já tem local definido. Será em Benfica, na Zona Norte da cidade.

— Será ao lado do Cadeg e reunirá as comunidades do entorno — adianta Écio Salles.

Além do Morro dos Prazeres, em Santa Teresa, em 2012, a Festa Literária das Periferias passou por Vigário Geral (2013), Mangueira (2014), Chapéu Mangueira e Babilônia (2015) e Cidade de Deus (2016), e homenageou personalidades como Lima Barreto, Wally Salomão, Abdias do Nascimento, Nise da Silveira e Caio Fernando Abreu.

Matéria de O Globo clique aqui

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