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Favela: O que dizer da minha? por Victor Hugo Rodrigues

Posted on 4 de novembro de 2014 by Victor Hugo Rodrigues

Honório Gurgel é um bairro da Zona Norte carioca, com uma rica cultura própria. Tem poucos moradores, ruas calmas, com casas de muros baixos e uma tranquilidade de cidade interiorana. Aliás, aqui todo mundo se conhece. Tem muitos idosos, gente que chegou ainda nos anos 1940, quando o bairro começou a crescer. Aqui criaram suas famílias, e muitas delas já estão em sua terceira gerações vivendo nas mesmas casas, que foram crescendo de tamanho, ajustadas a cada nascimento. Mas, na verdade, eu acho que somos todos uma família só. Estamos sempre juntos, um ajudando ao outro a cada dificuldade e rindo a cada alegria. A união é visível em diversos aspéctos, sejam nas datas comemorativas ou no cuidado com o bairro.

Há décadas foi criado um Jardim, hoje chamado de Jardim da Amizade, que só foi possível graças aos mutirões organizados pelos moradores. Atualmente as árvores dele estão gigantescas e dando flores e frutos maravilhosos o ano inteiro. Mas nem por isso os mutirões pararam, pelo contrário, agora contam com gente de toda a metrópole disposta a ajudar cuidar deste espaço da cidade cheio de afeto. Nosso jardim é um lugar de convívio, de compartilhamento, de churrasco, de encontros casuais.

Nós amamos estar nele. Mas nem só de trabalho árduo vivemos, temos muitas festas. A de São Jorge é a mais tradicional, apesar da grande proliferação de igrejas evangélicas na região, a fé no Santo Guerreiro parece não esfriar e as comemorações a cada ano são mais pomposas e bonitas, com direito a camisas personificadas, fogos de artifício, muitas comidas, muita confraternização e alegria. As Festas Juninas são as mais demoradas, duram em média dois dias.

Nelas as entradas das ruas são fechadas em suas extremidades com o auxílio de carros que impedem a circulação de outros veículos, o que possibilita com que as crianças possam brincar sem preocupações. Ah, as comidas são um deslumbre, uma mais gostosa que a outra. E olha que são muitas opções, cada família leva uma especialidade nessa festa.

Outro ponto de grande destaque no bairro é a Praça Otton Almeida, mais conhecida como Praça do 362 – por conta da linha de ônibus que faz o trajeto Honório Gurgel x Praça XV. Diariamente, é nela que as pessoas de outras ruas se esbarram, por ser o principal ponto de comércio da região, com o Sacolão do Marcelo, o Salão de Beleza da Penha, o Bar do Otton, o Jornaleiro, … As noites em Honório são mais um acontecimento. É nessa hora do dia que as senhorinhas põem suas cadeiras em seus portões e a prosa começa. Assuntos dos mais diversos são discutidos, dos fatos noticiados pelos jornais da semana aos preços dos supermercados. Tudo de forma muito acalorada, sempre.

Enfim, acho que contei um pouquinho do que mais me atrai no meu bairro e faz com que eu queira viver e cuidar dele. E espero, com todo amor, que neste 4 de Novembro, dia tão especial em que se comemora a Favela, todos os moradores de áreas marginalizadas – sejam elas favelas, regiões ditas periféricas, tribos indígenas, comunidades quilombolas e afins -, possam reconhecer suas potencialidades e alegrias sufocadas por veículos midiáticos que tentam nos colocar como lugar de apenas violência, descaso e destruição. Vamos mostrar o amor que há em viver onde vivemos. Nossas raízes são ricas!

Viva à Favela, viva o Amor!

Viva Honório Gurgel!

Victor Hugo Rodrigues

Victor Hugo Rodrigues tem 21 anos, é graduando do curso Comunicação Social, idealizador e integrante do Honório Gurgel Coletivo e Associado da Casa Fluminense.

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A população da Rocinha é estimada em 120 mil moradores pelos registros da Companhia de Energia Elétrica, em 62 mil pelo último censo oficial e em mais de 150 mil segundo os próprios moradores.

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