FavelaDaRocinha.com
Menu
  • Notícias
  • Ações Sociais
  • Colunistas
    • Leoni
    • Luiz Carlos Toledo
    • Tico Santa Cruz
    • Guilherme Campos
    • Marilia Pastuk
    • Marcos Barros
    • Binho Cultura
    • Fabiana Escobar
    • Fernando Ermiro
    • Hosana Pereira
    • Guilherme Rimas
  • Fala Tu
  • EQUIPE
Menu

Em Nova Holanda, enquanto falta lazer e saneamento, sobra esgoto e enchente

Posted on 3 de fevereiro de 20183 de fevereiro de 2018 by FavelaDaRocinha
Capa do jornal Meia Hora sobre as piscinas na Maré (Foto: reprodução)

Três crianças brincam com a água de uma piscina. Uma delas, de cerca de quatro anos, está com metade do corpo para fora, prestes a mergulhar na fonte da diversão. É uma rua simples na Comunidade da Nova Holanda, zona norte do Rio de Janeiro. Ali, outras tantas piscinas de plástico no meio da viela garantem a alegria da comunidade. Afinal, esta é a opção mais próxima da realidade de quem mora na região.

São cerca de 130 mil moradores vivendo no Bairro da Maré, segundo dados do Censo de 2010, onde fica a Nova Holanda. Ao longo dos 800 mil metros quadrados do local, quem quiser se banhar na diversão tem apenas três opções: ir para o Piscinão de Ramos, uma caminhada de dois quilômetros; caminhar um quilômetro até a Piscina da Vila Olímpica; ou, então, encher de água uma piscina em frente à sua casa.

“No fim de semana é normal ver esses corredores de piscinas nas ruas, até porque muitas vezes não dá pra colocar nas lajes porque elas podem não sustentar”, conta à Ponte Cadu Barcellos, cineasta e coordenador da página Maré Vive. E a prática tem se espalhado, como conta o fotógrafo Naldinho Lourenço. “Hoje, nas favelas, é comum ver rua com piscina. É algo que vem aumentando de uns 15 anos pra cá”, relata.

Mas a prática difundida na comunidade que criou esses espaços públicos de lazer e convivência foi colocada em suspeição pelo jornal carioca Meia Hora, que na semana passada estampou a capa com a manchete “Piscinas suspeitas na Maré”. A reportagem aponta uma suposta ligação do tráfico de drogas na Maré com as piscinas e, consequentemente, com o divertimento de moradores e seus filhos. Após divulgação da notícia, a Polícia Civil do Rio de Janeiro iniciou investigações para apurar a denúncia. Anteriormente, não havia nenhum indício ou averiguar esta possível ligação.

“Os agentes da Unidade tomaram conhecimento dessa denúncia pela imprensa e partir desta, iniciaram as investigações para saber se estas informações são fidedignas”, explicou a Polícia Civil fluminense, em nota para a reportagem.

Fato é que, na Comunidade, a quantidade de piscinas públicas contrasta drasticamente com os valões. Valões são uma espécie de fosso à seu aberto. Sem saneamento básico, a solução encontrada pelos moradores é escavar estas valas para o esgoto escoar até o rio mais próximo ou baia, como a Baía de Guanabara, por exemplo. “A Baía de Guanabara recebe cerca de 18 mil litros de esgoto por segundo”, conta o gestor ambiental Sérgio Ricardo, da ONG Baía Viva.

O Governo do Rio de Janeiro, assim como o Governo Federal, prometeram despoluir a Guanabara antes mesmo de a Olimpíada do Rio de Janeiro, em 2016, acontecer. A promessa ficou nisso: nas palavras. Somente na Comunidade da Nova Holanda, seis valões levam os dejetos humanos para esta baía. Comparado com as piscinas públicas, são três vezes mais valas do que espaços públicos para a população, que não se cala.

“Sempre que chove aqui, as ruas alagam. Em 2017, eu vi pelo menos uns 12 alagamentos”, conta a faxineira Rosilene Nunes, de 36, todos vividos inteiramente na comunidade. A moradora encontrou uma forma de protestar ao mesmo tempo por mais locais de lazer e contra a falta de saneamento. Quando chove e as ruas alagam, ela se joga de cabeça no problema: tomar banho nas águas das enchentes. A postura de resistência a fez ganhar o codinome Dama da Enchente.

Segundo estudo da USP (Universidade de São Paulo) feito em 2013, investir em saneamento básico e saúde tiveram a maior efetividade na redução da pobreza em todo o país. Na Maré, contudo, isto não acontece. De acordo com o jornal O Estado de S. Paulo, os gastos sociais na comunidade entre 2009 e 2015 representaram metade do custo em ocupação militar – R$ 303,6 milhões frente a R$ 600 milhões com as forças armadas, que ficaram 15 meses no local.

Matéria de Ponte clique aqui

FavelaDaRocinha

Site de comunicação comunitária desenvolvido por estudantes de comunicação da própria comunidade da Rocinha.

Deixe um comentário Cancelar resposta

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Você sabia?

Que a Estrada da Gávea, principal via da Rocinha, foi asfaltada em 1938 para receber a famosa "Corrida das Baratinhas"?

Procurar no site

Comentários dos leitores

  • Naluh Maués em Meu pequeno grande milagre
  • Cely em Meu pequeno grande milagre
  • Joelma em Meu pequeno grande milagre
  • taillon em Beco nosso de cada dia
  • Maria Ines em Oficinas do Sesc/Senac na Rocinha! Inscrições Gratuitas!

Tags

ajuda arte Biblioteca Borboleta C4 carnaval Cinema comunidade crianças Cultura dinheiro economia educação esporte favela fotografia funk Governo jovens leitura literatura morador moradores morro morte Música oportunidade Parque PM polícia política projeto Rio de Janeiro rocinha saneamento saúde segurança social São Conrado teatro turismo upp vestibular Vidigal violência

Instagram

Follow @@faveladarocinha
Followers: 13355
faveladarocinha.com faveladarocinha.com ·
@FavelaDaRocinha
A Spectaculu – Escola de Arte e Tecnologia está com inscrições abertas para o processo seletivo de seus cursos gratuitos. A escola, que há 23 anos oferece formação profissional na indústria criativa, seleciona jovens das periferias para novas turmas. https://t.co/4KLm4wy5LE
View on Twitter
0
0
faveladarocinha.com faveladarocinha.com ·
@FavelaDaRocinha
Nau Rocinha retoma atividades com as primeiras turmas de 2023.
https://t.co/2XFLazxAO5
View on Twitter
0
0
faveladarocinha.com faveladarocinha.com ·
@FavelaDaRocinha
O projeto TMJ Rocinha + Sustentável foi apresentado hoje no Complexo Esportivo da Rocinha mostrando a importância da intervenção e o impacto social e sustentável que a Rocinha receberá com diversas ações. Confira em nosso site: https://t.co/JMK9WJGfdc
View on Twitter
0
1

  • Facebook
  • Instagram
  • Twitter
  • YouTube
© 2023 FavelaDaRocinha.com | Powered by Minimalist Blog WordPress Theme