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Cria da Rocinha viaja o mundo como atleta de Basquete

Posted on 4 de setembro de 2017 by Eduardo Carvalho

Durante uma busca em um site de pesquisas sobre o signficado da palavra esporte, você poderá encontrar uma variedade de explicações, tais como ”prática metódica, individual ou coletiva de um jogo que demande exercício físico e destreza”. Mas ao escutar a fala do esportista e jogador de basquete na modalidade 3×3 Leandro Lima, o ato é identificado como um objeto animado e de completa singularidade. ”O esporte foi pra mim durante muito tempo um pai, me criou e ajudou a crescer”.  

Em entrevista ao FavelaDaRocinha.com, o atleta de 33 anos, que nasceu e foi criado na comunidade, lembra um pouco de sua trajetória, as dificuldades enfrentadas durante a carreira e a falta de apoio, mesmo após colecionar títulos em lugares como França, Cidade do México, China e Abu Dhabi. Porém Leandro não desanima, nem esmorece. ”Me tornei uma pessoa mais forte, preparada e concentrada no que eu realmente queria, até hoje”. 

Leandro motiva os jovens que sonham em ser atletas profissionais (”Lutem pelo que acreditam e não se preocupem em atender aos padrões”), fala sobre o Complexo Esportivo da Rocinha e também comenta seu atual momento, já que neste ano foi convidado a se profissionalizar na liga adulta de basquete 3×3 pela equipe de Yokohama City.EXE, no Japão. Diz que hoje está ”dedicando 100% da vida para descansar, treinar, jogar” e flerta sobre a participação na Tóquio-2020: ”Pra mim, será incrível. Uma grande satisfação”.                                                                  

FDR: Com uma carreira tendo início tão cedo, para você, qual foi a maior dificuldade enfrentada? – Leandro: Conheci o basquete aos 14 anos, através da minha mãe e por incentivo dela. Não me dediquei tanto porque eu gostava de futebol. No basquete, comecei de fato aos 15, mas só entrei em um clube aos 19. A maior dificuldade foi não ter conseguido apoio, foi ter que me ver investindo sozinho no meu próprio sonho e desejo de ser jogador. Até hoje não tenho nenhum patrocínio, mesmo tendo alcançado resultados internacionais e representado o Brasil em alguns países. Acho que isso foi uma coisa que me impediu de investir mais tempo na minha carreira. Porém, me tornei uma pessoa mais forte, preparada e concentrada no que eu realmente queria, até hoje. 

FDR: O que é esporte para você? E o que você falaria para um jovem que deseja se tornar um atleta? – Leandro: O basquete e o esporte são minha vida. O esporte foi pra mim durante muito tempo um pai, me ajudou a crescer e me criou. Foi um auxiliador na minha trajetória e na minha evolução como ser humano. Me deu muitas coisas para além de troféus e medalhas, me tornando homem. Gostaria que os jovens pudessem ter mais apoio, incentivo e patrocinadores. Desejo que lutem pelo que acreditam, por aquilo que querem e não se preocupem em aos atender padrões. Precisamos investir mais nos nossos sonhos, no que nos inspira.  

FDR: Na Rocinha hoje nós temos o Complexo Esportivo, espaço para desenvolvimento do esporte, mas que infelizmente enfrenta problemas de infraestrutura e de apoio. O que você acha sobre isso? – Leandro: Acho que é um problema mais político do que falta de infraestrutura e/ou de apoio. Não entendo como na Rocinha, que tem tantas pessoas que fazem trabalhos muitas vezes gratuitos, não estão a frente de projetos como este. Por quê temos que contratar pessoas de fora, que não têm nenhum tipo de vínculo com a comunidade? Para gerir um projeto social tem que se ter um pensamento social, ideiais para o social. 

FDR: Com tantas conquistas e títulos ao longo de uma trajetória de 16 anos, o que é para você ser o 1º brasileiro a assinar com o Yokohama City.EXE, no Japão, sendo esta a única liga adulta profissional em 3×3 

(disputa com apenas três pessoas por time jogando em meia quadra) do mundo? – Leandro:  Hoje eu sou o 2º no ranking nacional e o 1º a ser contratado nesta nova modalidade. Estar aqui e poder me tornar um profissional de basquete, o que sempre foi meu desejo, é uma realização. Hoje tenho novos planos e projetos. Aqui se encerra um ciclo, finalizo uma etapa de dedicação e muito esforço na minha carreira. Me sinto mais leve, mesmo dentro de todas as minhas necessidades. Estou aproveitando muito este momento. O frio na barriga existe, porém um pouco menos do que no início. Com o tempo, adquirimos mais experiência e nos sentimos mais à vontade frente a este que é um ambiente de trabalho e prazer.  

FDR: Como está sua expectativa para a Tóquio-2020, já que sua categoria passou a ser recentemente reconhecida e agora será incluída como modalidade olímpica? – Leandro: É algo muito novo. Há cinco anos, o desejo de me tornar um profissional de basquete na modalidade 3×3 era impossível e a possibilidade das Olimpíadas meses atrás, inimaginável. As coisas estão acontecendo de maneira muito rápida e não dá para projetar algo, mas estou me preparando e dedicando 100% de minha vida para descansar, treinar e jogar. Hoje consigo ter mais condições por conta de disponibilidades de tempo, etc. Me sinto preparado para representar o Brasil, assim como sempre fiz, com muito amor, carinho e toda paixão pelo esporte. Espero fazer parte de um evento tão maravilhoso quanto esse. Pra mim, será incrível. Uma grande satisfação”. 

Eduardo Carvalho

Eduardo Carvalho, ou apenas, Edu. Jovem estudante de Comunicação Social – Jornalismo na PUC-Rio, repórter e ativista social. Coleciona em sua bagagem de 20 anos participações em eventos como Onda Cidadã no Cariri; a Bienal do Livro no Rio; Flip e Flup, mostrando um pouco sobre seu trabalho ao retratar assuntos do dia-a-dia em sua escrita do local onde reside: a Favela da Rocinha. Foi participante do #OcupaMaurois, nome dado a ocupação que durou 2 meses no colégio onde estudou. Hoje é colaborador do programa Conversa com Bial, da TV Globo

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