
O Centro de Operações Rio da prefeitura (COR) mapeou 378 pontos que merecem atenção imediata devido às chuvas de verão, tanto em situações de alagamento, quanto nas ameaças de deslizamentos de encostas. Segundo o COR, a previsão é de que neste mês as chuvas superem em 53,46% a média de precipitações dos últimos anos. Há vias em todas as regiões da cidade, sendo algumas velhas conhecidas como a Rua Jardim Botânico e as Avenidas Brasil (Bonsucesso e Caju), Maracanã (Tijuca) e Ayrton Sena (Barra da Tijuca). A Praça da Bandeira, apesar da construção de dois reservatórios na região da Grande Tijuca, ainda não se livrou totalmente do pesadelo das enchentes. A Rua do Catete também é uma das áreas que encabeçam o ranking na Zona Sul.
Na lista, 103 são comunidades que contam com 165 sirenes. O sistema de alerta sonoro é formado por três tipos de mensagens: preventiva, que avisa sobre a possibilidade de chuva forte nas próximas horas; uma outra que orienta os moradores destas regiões a saírem de casa para se abrigar em um dos pontos de apoio pré-definidos; e uma última que avisa quando eles podem retornar em segurança.
Num levantamento feito pelo Alerta Rio, a pedido do GLOBO, o local onde mais choveu do dia 1º dezembro do ano passado até esta segunda-feira foi no Alto da Boa Vista, no acumulado de 302,6 milímetros (mm). Em seguida, surgem os bairros Barra/Riocentro (299,2 mm), Recreio (294,0 mm), Barra/Barrinha (292,2 mm) e em Sepetiba (292,0 mm).
— O Rio tem três maciços; duas baías, a de Guanabara e a de Sepetiba, além do Oceano Atlântico. É muita oferta de umidade. Se não existissem as montanhas, choveria menos por aqui. Isso tudo influi nos cálculos meteorológicos. Por isso, é fundamental o monitoramento 24 horas. O fato de Irajá ter sido o bairro onde mais choveu no último mês, se explica por ser uma área de grande instabilidade, muito calor, perto da Baía de Guanabara. Recreio e Rocinha são áreas de passagem de frente fria — explicou o meteorologista Nilton Moraes, lembrando que o índice de acerto é de 80% da previsão, chegando a 90% no inverno, por não existirem fatores termodinâmicos.
Segundo Nilton, oito pontos da relação estavam localizados próximos à Baía de Guanabara. Ele, que faz parte da equipe de quatro meteorologistas do Alerta Rio, explica que a instabilidade atual dificulta a previsão com antecedência. Segundo ele, a atenção agora está voltada, principalmente, para a formação das cumulonimbus, nuvens gigantes que formam grandes tempestades de uma hora para outra. Além dos meteorologistas, o Alerta Rio, um dos parceiros do COR, tem cinco técnicos em meteorologia.
O município tem um radar que fornece os dados para a realização do monitoramento meteorológico que, segundo o COR, fornece os dados necessários. No entanto, especialistas na área acham que o radar profissional de dupla polarização seria mais eficiente para dar previsões mais precisas. Segundo o Centro de Operações, a prefeitura possui parceria com o INEA, que tem dois radares de dupla polarização, que cobrem a cidade do Rio. As imagens destes radares, inclusive, já seriam utilizadas pela equipe do Alerta Rio.
NOVO CHEFE DO COR
O mapeamento foi o primeiro ato do novo chefe executivo do COR, o coronel do Exército Guilherme Lima Torres Sangineto. Ele também determinou a criação de um novo serviço para melhorar a integração com os cariocas: o chat COR. Quem quiser pode se cadastrar no pelo Facebook do COR (https://www.facebook.com/operacoesrio/), receberá, via mensagens, informações sobre situações de emergência, principalmente os pontos de alagamento pela cidade. A pessoa também poderá avisar sobre este tipo de problema diretamente ao centro de operações.
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