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Brasil macro e Brasil micro

Posted on 24 de fevereiro de 201924 de fevereiro de 2019 by Hosana Pereira

A minha finalidade com esse texto é pensar sobre nós mesmos como moradores da Rocinha. De fazermos uma autoanálise de quem somos, isto implica o reconhecimento, aceitação, reafirmação e ressignificação da condição de favelado. E igualmente analisar o momento em que estamos e aonde pretendemos chegar. 


Há muito tempo venho analisando a Rocinha, a maior favela do Brasil, de forma micro dentro do macro. Ou seja, venho pensando que esta favela é um retrato fiel do Brasil no que se refere aos aspectos negativos como também os positivos. Ao analisar os aspectos como educação, saúde, saneamento básico, economia, trânsito, transporte, violência, políticos e “classe pensante”. Percebemos isto no baixo índice educacional da Rocinha em relação até mesmo em comparação às outras favelas. O saneamento básico dispensa apresentações, vide as inúmeras valas que percorrem os becos seguidos de proliferação de doenças e ratos. O trânsito caótico que dificulta o ir e vir e torna a vida mais estressante. A economia interna é criativa, pulsante, mas aplica os seus altos preços na mesma dinâmica de oferta e procura e enriquecimento na exploração pela necessidade tanto do alimento como da moradia, com a exploração do mercado imobiliário interno que contribui para o cenário de caos; o descontrole e a falta de fiscalização na construção de moradias contribuí para a falta de luz, água, excesso de lixo, trânsito ruim, transporte que não dá vazão, ou seja, muita gente e serviços escassos que não crescem de acordo com a população a qual é o responsável juntamente aos governos por este cenário. 


A violência é outro aspecto que não precisa apresentação, infelizmente, é o nosso “carro chefe” assim como o “Brasil maior” somos conhecidos no mundo todo pela violência. 
Sobre os nossos políticos, ou seja, lideranças locais que deveriam representar os interesses da favela estes atuam na mesma dinâmica do Brasil maior, não representam o povo, mas os interesses pessoais. Este fato fica evidente na época das eleições período no qual a Rocinha se torna um curral eleitoral e os “cabos eleitorais” aproveitam o momento para levar vantagem. E nessa marcha ré não andamos, não progredimos no que se refere em melhor condição de vida. 


As cabeças pensantes, os “intelectuais” da comunidade assim como os intelectuais do outro Brasil usam a sua intelectualidade para as conversas e reclamações da nossa atual conjuntura social em grupos “fechados” para a satisfação do ego. 


A Rocinha assim como o “Brasil maior” que passou pela ditadura vive uma ditadura interna, pois sofremos censura de ambos os lados através da repressão local e a de âmbito nacional, pois não temos voz para nos fazer representar. 


O Brasil é “gigante pela sua natureza” assim o é a Rocinha, localizada numa área privilegiada pela natureza, que a torna atrativa e desperta os olhares estrangeiros de admiração e olhares de inveja do mercado mobiliário da cidade formal em conquistar estas terras. 


A população assim como a do âmbito nacional é trabalhadora, festiva, receptiva, pacífica e passiva que espera o reconhecimento externo para crescer e não explora o seu potencial interno. 


Creio que o desejo de todos é que o “Brasil macro” cresça, melhore de uma forma justa. Mas se nós tivéssemos um Brasil menor e pudéssemos melhorar? 


Então tomemos a Rocinha como este Brasil “menor” e começamos a atuar neste objetivo. 


Parece clichê, mas tudo começa por nós mesmos, educando e nos reeducando nas simples atitudes e ações do dia a dia, levando o seu lixo, limpando o espaço público, respeitando o outro e revendo os seus valores. 

Hosana Pereira

Hosana Pereira tem 42 anos é leonina, mãe do Bernardo e cria da Rocinha. Cientista Social/Linha de pesquisa: favela. Pesquisadora de campo: Kantar IBOPE, Data folha, IBGE. É amante da música, culinária, natureza e escritora amadora. "Os becos da favela são como as artérias do coração que nos irrigam de vivência, por vezes de resistência e por outras de resiliê/ncia num processo contínuo de renovação e reconstrução."

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A população da Rocinha é estimada em 120 mil moradores pelos registros da Companhia de Energia Elétrica, em 62 mil pelo último censo oficial e em mais de 150 mil segundo os próprios moradores.

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