Os becos da Rocinha contam histórias (Foto: Ana Luíza Brandão)
Outro dia eu estava subindo a Rocinha em direção à Gávea quando de repente, me vi entrando em um beco. Nele um boteco, um mini-mercado e pessoas andando.
Coloquei-me a pensar sobre a importância de becos nas favelas e principalmente na Rocinha.
Seja o “Beco do Amor” ou os que cruzam e atravessam o “Atalho”.
Os chamados becos ganham forma e figuras que marcam histórias mesmo que não seja a intenção, eternizando-as naquele momento e que só podiam acontecer ali. E é até um tipo de blasfêmia não conhecer os daqui. Ou vai me dizer que você não conhece o “Beco do Rato”?
Os becos da Rocinha já vivenciaram confrontos do tráfico contra a polícia, mortes e nascimentos. Neles, as coisas ganham dimensões que não poderiam vir a ser pensadas, ficando registradas na memória de uma parcela grande de moradores.
São nos becos que acontecem os mais engraçados barracos, os encontros, os melhores “amassos”. E tudo ali, naquele microespaço. Imagine agora o quanto de coisas a mais aconteceria se fossem eles maiores?
Sendo ponto de referência para se chegar a um lugar, ganhando nomeação de moradores que lá residem, os becos deveriam ser tombados como patrimônio histórico. É reconhecer de fato histórias e acontecimentos que ficaram durante praticamente uma vida inteirinha. Você sai, trabalha, busca as crianças e é por ele que passa para chegar em casa. A vida cabe dentro de um beco.
Chegou a hora de a gente compartilhar isso. Os becos precisam ser conhecidos! Mande pra gente uma foto/vídeo de um beco que você conhece na Rocinha e uma história que presenciou ali. Os melhores registros serão postados na página do FavelaDaRocinha. Venha e #MostreSeuBeco!
Eduardo Carvalho, ou apenas, Edu.
Jovem estudante de Comunicação Social – Jornalismo na PUC-Rio, repórter e ativista social. Coleciona em sua bagagem de 20 anos participações em eventos como Onda Cidadã no Cariri; a Bienal do Livro no Rio; Flip e Flup, mostrando um pouco sobre seu trabalho ao retratar assuntos do dia-a-dia em sua escrita do local onde reside: a Favela da Rocinha.
Foi participante do #OcupaMaurois, nome dado a ocupação que durou 2 meses no colégio onde estudou. Hoje é colaborador do programa Conversa com Bial, da TV Globo
1 thought on “Beco nosso de cada dia”
Eu quero sabe um beco que tem um nome responsa . tá 2 tá calmo
Eu quero sabe um beco que tem um nome responsa . tá 2 tá calmo