A ocupação descrita por um ocupante.

Ocupamos o colégio desde 14/4. Ocupamos por acharmos válida a ideia de termos uma educação que seja decente, que não seja utópica. Que ela vá além das promessas. Que seja real para todos nós pertencentes á sociedade. Do mais novo ao mais velhinho.
O mote das ocupações é a total precariedade em que se encontra o ensino para os alunos, dentre outros temas como infraestrutura; base educacional; etc. Tudo isso entra em discussão e não por culpa dos professores. A culpa é de um sistema que não deseja formar, muito menos desenvolver o penso de quem passa no médio e que já vem altamente defasado desde o ensino fundamental.
Ser ocupante é surreal. É se tornar “guardião” do colégio. É apropriar-se deste local. É isso. A palavra é apropriação, e não ocupação. Eu simplesmente estou me apropriando de um local que é meu por direito. E nada mais justo do que eu enquanto aluno fazer isto. Eu e tantos outros alunos, do CEAM e de outros colégios que estão vivenciando este movimento.
Pode ver durante a ocupação alunos e professores de instituições como UFRJ, UERJ, PUC-Rio, Escola Parque, Escola Nova e tantas outras comprando a briga, indo lutar conosco é inenarrável. É a total quebra de muros. E sua importância é sem igual. Dá margem a criação de pontes. Pontes estas que vamos e já estamos utilizando para andarmos juntos. Principalmente estando no meio do metro quadrado mais caro do país, onde pessoas são condicionadas a acharem que o mundo se resume ao Talho Capixaba e acabam se esquecendo dos problemas que infelizmente, nossa cidade tem.
A luta é que todos estão pleiteando é para se ter uma escola pública de qualidade e de bons conteúdos, que incentive e desenvolva, compartilhando ideias tendo uma infraestrutura de ponta e que os professores recebam o valor que merecem por fomentarem com a arma da educação mais que pessoas, mentes pensantes, cidadãos informados e são diferentões daqueles que deram vexame no domingo, em plena votação. Afinal, nós como escola pública não somos um local de recrutamento de traficantes. Somos muito mais do que isso. Somos jovens, somos alunos, somos o nosso futuro.
Eu como ex aluno apoio plenamente!!